"Um espaço meu e seu"
Ilha do Fogo
A ilha do Fogo foi descoberta ao mesmo tempo que as ilhas de Santiago e Maio, a 1 de Maio de 1460. Foi a segunda ilha a ser habitada. Foi numa primeira fase designada São Filipe mas, posteriormente, devido ao seu vulcão e à luz que se fazia ver do seu cume, foi chamada ilha do Fogo.
As principais e mais fortes erupções fizeram-se sentir nos anos de 1680, 1847, 1951, 1995. É uma ilha essencialmente agrícola com plantações de café, uva, algodão, da purgueira ( uma planta indígena que produz um tipo de óleo utilizado para o fabrico e clareamento do sabão). Com o algodão desenvolveu-se a indústria têxtil, pois fabricavam-se os panos que eram duma finesa e textura inconfundível. A exportação do algodão passava por Santiago e à costa da Guiné. O café é também símbolo e cartão de identidade da ilha, pelo seu aroma e sabor. O seu vinho, mais conhecido como “Manecon”, é um dos produtos mais exportados da ilha para o exterior de Cabo Verde.
A sua sociedade era formada por três classes sociais: os brancos, os mulatos e os negros. Isto devia-se a uma discrepância no estatuto sociocultural da ilha, onde a classe dominante eram os brancos. A emigração sentiu-se com a chegada dos baleeiros no séc. XIX, donde partiam muitos homens rumo aos Estados Unidos. _Nos anos trinta, a situação começou a mudar com a chegada dos que partiram para a emigração - os Mulatos - e que se tinham enriquecido pelo comércio. A pouco e pouco foram ganhando nome e supremacia sobre o poder dos brancos, comprando os sobrados e os terrenos.
Depois da Independência o governo construiu condutas de água, houve abertura de estradas e financiamento para a produção do café. _Hoje é uma das ilhas mais visitadas pelos turistas, devido à existência do seu vulcão e pela paisagem única da ilha - o preto áspero do seu chão, o sabor bom e de paladar inconfundível do seu café e do seu vinho.